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Pequenas Infâmias
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"Copacabana, Céu Aberto"
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"Copacabana, Céu Aberto"
por Walter Carvalho, Fotógrafo, 2007


Muitos foram os escritores, poetas e compositores que cantaram e imortalizaram a paisagem de Copacabana. Agora é o olho de Kitty Paranaguá que traz uma constelação de luz que estala, branca, nas paredes das fachadas maculadas pela prata intensa dos seus filmes.

Suas formas fotográficas se materializam numa obliqüidade de ângulos que desafia o olhar e as imagens ocupam o espaço num equilíbrio de formas, entre o cheio e o vazio. Entre um intenso volume de tons escuros em oposição a uma expressiva massa de brancos, suas fotos constroem uma narrativa acromática da geografia humana e urbana, numa convivência harmoniosa das formas e dos volumes.

 

O legado de Kitty é o seu olhar; lucra quem olha a praia de  Copacabana através do seu trabalho. Ela se coloca certeiramente entre dois pontos: o infinito e o objeto que está mais próximo; tudo se transforma num poema visual. Ou melhor, em proesia, porque o olhar é a sua prosa e o seu quadro, a poesia.
 

Sem nenhum virtuosismo técnico, tão em voga nos tempos de hoje, não há exagero de objetivas estranhas e nem ângulos impossíveis nos seus enquadramentos. Tudo está sob medida. Um cristal de luz esparge sobre a areia desenhada de grãos e a prata revelada em suas fotografias se compõe de fontes que iluminam o olhar de um cão peludo, sustentado pelas mãos do seu dono que flutua como uma criança feliz no passeio a caminho do mar.
 

Neste cenário praieiro delineado pelas imensas construções edículas, Kitty Paranaguá registra os movimentos dos curiosos tipos em suas caminhadas matinais e ensolaradas na nobre calçada da praia. Inclina sua câmera tão próxima do horizonte e nos revela o impacto que a luz exerce sobre a paisagem, como uma matéria impressionista.
 

São imagens que aproximam a gente de nós mesmos, porque vivemos num mundo de pressas, onde até o amanhã é provisório, não há mais tempo para a contemplação. Passamos todos os dias pelas calçadas da praia e muitas vezes não nos damos conta da beleza da paisagem e do mar. Já não observamos os movimentos dos ventos sobre as águas, a transição da luz sobre os cristais e partículas no espaço que desenham a cada instante um espetáculo singular que as lentes de Kitty revelam em suas intrigantes fotografias.
 

Sua câmera observa a textura das areias e dos céus como um tecido do tempo e na calçada a nódoa cinética de um cachorro travesso ou o gesto entrelaçado dos amantes. Diariamente muitas câmeras apontam para as ruas de Copacabana, mas só o olhar de Kitty capta a poesia intensa daquele bairro. Nesta exposição ela traz generosamente a poesia do seu olhar até nós.

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